terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Mamães e seus corpos


      A insatisfação com o próprio corpo após a maternidade é queixa frequente das mães no consultório. Por isso, convidei a coach de saúde e emagrecimento e psicóloga Michele Birk (@birkmichele) para falar do assunto:

Você está insatisfeita com seu corpo após a maternidade? Então essa leitura é para você!
Antes de falarmos em emagrecimento, é importante que as mamães que estão insatisfeitas com seus corpos percebam os motivos que levam à esta insatisfação.
Se você está se cuidando, prestando atenção na sua alimentação, fazendo exercícios compatíveis com a maternidade e mesmo assim não está gostando do corpo que enxerga no espelho... ATENÇÃO: Pode ser que você esteja apegada a um corpo ideal pós-maternidade, explorado pelas mídias, mas provavelmente pouco real. Pois seu corpo é um corpo que se transformou, gerou uma vida, e é saudável aceitar essa condição. Aceitar não significa abandonar-se, mas compreender que seu corpo pode ser lindo do jeito que se tornou. Pense nisso!

Outra questão, no entanto, são mulheres cuja maternidade tomou todo o tempo da vida. Se você se encaixa aqui, então você se alimenta quando dá, não faz escolhas alimentares balanceadas, não faz exercícios, está estressada, insegura e acima do peso. É provável que você esteja esgotada. Você quer emagrecer, mas para que isso aconteça, você precisa DECIDIR ter tempo para si e saber que é saudável pensar assim, sem culpa! Para isso, existe uma rede de apoio (avós, pai, marido, creche, por exemplo) e você precisa contar com outras pessoas para cuidarem de seu bebê por você. Tomada a decisão de priorizar suas necessidades também, perder peso será uma questão de tempo e de buscar os profissionais certos para lhe orientar.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Você sabe o que é Baby Blues?


     Cena clássica: uma mãe com um bebê recém-nascido chorando sem saber explicar exatamente o motivo enquanto as pessoas ao redor dela questionam porque chora quando deveria estar alegre com a chegada do bebê.

     Há algo de errado com essa mãe? Não!

     Essa tristeza, choro e até irritação são normais e esperadas nas primeiras semanas de vida do bebê que também são as primeiras semanas de vida desta nova mãe. Ela está de adaptando física e emocionalmente ao novo papel.

     Chamamos de baby blues ou blues puerperal esse período de tristeza e melancolia após o nascimento do bebê. Ele está ligado às mudanças hormonais pós-parto e é diferente de depressão pós-parto, um quadro muito mais grave. (Vamos falar de depressão pós-parto no próximo post)

     É importante que parceiro, familiares e amigos saibam que a tristeza pós-parto é normal. Eles são essenciais para ajudar mãe a aceitar e superar essa sensação de melancolia.
 

    Veja algumas sugestões de que como familiares e amigos podem ajudar na adaptação da nova mamãe:

  • ·       Ajudar a mãe a organizar a nova rotina para identificar o que precisa ser feito agora e o que não é tão prioritário e pode ser deixado para depois.

  • ·      Fazer comida para ela, levar uma refeição pronta, ir ao supermercado por ela e realizar tarefas domésticas.

  • ·         Incentivar a mãe a descansar o máximo que puder.

  • ·         Oferecer ajuda prática no caso de problemas na amamentação, como levá-la junto com o bebê ao banco de leite mais próximo para receber orientação especializada e apoio.

  • ·         Reforçar sempre que ela é uma ótima mãe, a melhor que o bebê poderia ter.

  • ·         Limitar o número de visitas ao mínimo.

  • ·         Não se incomodar de vê-la chorar.

  • ·         Ouvir o que a mãe tem a dizer. Ela precisa de espaço e de compreensão.

     Se esses sintomas não desaparecerem em algumas semanas ou no caso de dúvidas procure um profissional.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

O bebê chegou! E agora?




Com a chegada do recém-nascido a rotina da casa muda. Os pais, principalmente a mãe, tem pouco tempo pra si e menos ainda para outros afazeres. O tempo é organizado em torno do bebê, das suas necessidades e das atividades com ele. Os recém-papais e recém-mamães passam a exercer um novo papel social completamente inédito, cheio de tarefas e responsabilidades novas. Muitas vezes são bombardeados por “conselhos”, palpites e intromissões da familiares e amigos.

A configuração de toda a família muda. Quem era apenas pai e mãe vira avô e avó, filhos viram pai e mãe, irmãos viram tios, etc. O casal conjugal (quando há um casal) passa a ser também um casal parental, ou seja, dois adultos responsáveis pelo cuidado, desenvolvimento e sobrevivência de uma criança. Um terceiro entra na relação.

A mãe principalmente sente a chegada do bebê de uma forma muito intensa. Pode estar fisicamente desgastada do parto, seu corpo está diferente, sente as mudanças hormonais e emocionais, está exausta, não dorme nem come direito, sente-se insegura quanto à sua capacidade de compreender e cuidar do bebê recém-nascido. Ela já não se reconhece como quem era antes do nascimento do bebê e suas perspectivas para o futuro mudaram assim como nesse processo ela resignifica seu papel de filha e a relação com seus pais. São muitas mudanças e desafios!

A chegada de um recém-nascido é um período intenso e potencialmente crítico. Os pais podem estar muito vulneráveis. É importante pensar nos cuidados com os pais, e em especial, com as mães. Eles precisam de amparo e apoio para aprender a exercer seu novo papel, principalmente quando são pais de primeira viagem. Precisam saber que a ansiedade, a angústia e o medo são normais e que eles enquanto pais são capazes de dar conta do bebê.

Nesse sentido a psicologia perinatal traz uma enorme contribuição. O psicólogo conhecedor desse tema poderá auxiliar os pais a passarem por esse período com muito mais tranquilidade e satisfação. O psicólogo pode preparar os pais ainda no período da gestação, em um olhar de prevenção e também acompanhar os pais no pós-parto discutindo e ajudando na elaboração de todas essas mudanças.