terça-feira, 13 de agosto de 2019


Imagine a cena: você disse não para o seu filho, tirou da mão dele algum objeto perigoso ou determinou que é hora de ir embora do parquinho. Ele começa uma birra, chora alto, se joga no chão, não te escuta. Olhares alheios de reprovação e curiosidade. Você pode estar se sentindo com raiva, envergonhado, incapaz de controlar a situação.

Quem tem filhos pequenos, especialmente entre 2 e 4 anos de idade, deve estar vivenciando esta cena com frequência. Birras são comuns e bebês abaixo e além dessa faixa etária também podem estar birrentos.
Se procurarmos por BIRRA no dicionário, encontraremos definições como "teimosia" e "comportamento obstinado por capricho".Por isso, embora quando falamos em BIRRA seja fácil identificar de qual comportamento infantil estamos falando, essas definições não contribuem para o entendimento de que as crianças agem como agem por uma imaturidade neurológica e não necessariamente mau comportamento.

Quando o pequeno grita, se joga no chão, esperneia e chora após receber um não, ele demonstra sua falta de maturidade para lidar com a frustração e, em algunscasos, pode ser uma tentativa de testar os limites dos pais, o que é importante para o desenvolvimento da sua personalidade e autonomia.
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A compreensão de imaturidade não quer dizer, no entanto que devemos deixar a criança agir como bem entender.Dar limites e dizer não são extremamente importantes. Não aceitar determinados comportamentos (como agressão) também. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
O entendimento de que a criança se comporta assim porque não sabe se expressar de outra forma nos ajuda a melhor compreendê-la, a mantermos a calma e a definirmos adequadamente a estratégia para lidar com o episódio de birra.
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E o que fazer? Como lidar com a situação?
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Em primeiro lugar manter-se calmo. Se é difícil manter a serenidade, você pode fazer uma sequência de respirações profundas, fechar os olhos e imaginar o doce sorriso do seu pequeno, repetir pra si mesmo alguma frase positiva ou pedir que outro adulto de confiança da criança assuma os cuidados com ela naquele momento. ⠀⠀⠀⠀
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Depois, há que se pensar que por trás de toda a birra há uma necessidade e tentar entender o que está acontecendo. Pode ser muito claro, como a expressão da frustração após receber um não, mas pode ser fome, cansaço, necessidade de atenção ou outro motivo difícil de se entender, como a criança querer o giz de cera amarelo ao invés do rosa. ⠀⠀
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Se for possível, você pode se abaixar na altura da criança e questionar o que ela precisa. Perguntar de que forma você pode ajudá-la. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Os pais também podem tentar distraí-la, retirando-a do ambiente, apontado um objeto de interesse do pequeno, por exemplo.
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Algumas crianças precisam de espaço, com algumas até funciona fazer de conta que não está vendo (mas ficar de olho e observar a segurança). Outras precisam de contato, um abraço. ⠀⠀⠀
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           Em ambos os casos, depois que a criança se acalmar, esteja com ela, mostre seu amor e compreensão e aí vocês poderão conversar.

Roberta Ertel Baierle
Psicóloga - CRP 12/07100
Consultora do Sono 

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Mamães e seus corpos


      A insatisfação com o próprio corpo após a maternidade é queixa frequente das mães no consultório. Por isso, convidei a coach de saúde e emagrecimento e psicóloga Michele Birk (@birkmichele) para falar do assunto:

Você está insatisfeita com seu corpo após a maternidade? Então essa leitura é para você!
Antes de falarmos em emagrecimento, é importante que as mamães que estão insatisfeitas com seus corpos percebam os motivos que levam à esta insatisfação.
Se você está se cuidando, prestando atenção na sua alimentação, fazendo exercícios compatíveis com a maternidade e mesmo assim não está gostando do corpo que enxerga no espelho... ATENÇÃO: Pode ser que você esteja apegada a um corpo ideal pós-maternidade, explorado pelas mídias, mas provavelmente pouco real. Pois seu corpo é um corpo que se transformou, gerou uma vida, e é saudável aceitar essa condição. Aceitar não significa abandonar-se, mas compreender que seu corpo pode ser lindo do jeito que se tornou. Pense nisso!

Outra questão, no entanto, são mulheres cuja maternidade tomou todo o tempo da vida. Se você se encaixa aqui, então você se alimenta quando dá, não faz escolhas alimentares balanceadas, não faz exercícios, está estressada, insegura e acima do peso. É provável que você esteja esgotada. Você quer emagrecer, mas para que isso aconteça, você precisa DECIDIR ter tempo para si e saber que é saudável pensar assim, sem culpa! Para isso, existe uma rede de apoio (avós, pai, marido, creche, por exemplo) e você precisa contar com outras pessoas para cuidarem de seu bebê por você. Tomada a decisão de priorizar suas necessidades também, perder peso será uma questão de tempo e de buscar os profissionais certos para lhe orientar.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Você sabe o que é Baby Blues?


     Cena clássica: uma mãe com um bebê recém-nascido chorando sem saber explicar exatamente o motivo enquanto as pessoas ao redor dela questionam porque chora quando deveria estar alegre com a chegada do bebê.

     Há algo de errado com essa mãe? Não!

     Essa tristeza, choro e até irritação são normais e esperadas nas primeiras semanas de vida do bebê que também são as primeiras semanas de vida desta nova mãe. Ela está de adaptando física e emocionalmente ao novo papel.

     Chamamos de baby blues ou blues puerperal esse período de tristeza e melancolia após o nascimento do bebê. Ele está ligado às mudanças hormonais pós-parto e é diferente de depressão pós-parto, um quadro muito mais grave. (Vamos falar de depressão pós-parto no próximo post)

     É importante que parceiro, familiares e amigos saibam que a tristeza pós-parto é normal. Eles são essenciais para ajudar mãe a aceitar e superar essa sensação de melancolia.
 

    Veja algumas sugestões de que como familiares e amigos podem ajudar na adaptação da nova mamãe:

  • ·       Ajudar a mãe a organizar a nova rotina para identificar o que precisa ser feito agora e o que não é tão prioritário e pode ser deixado para depois.

  • ·      Fazer comida para ela, levar uma refeição pronta, ir ao supermercado por ela e realizar tarefas domésticas.

  • ·         Incentivar a mãe a descansar o máximo que puder.

  • ·         Oferecer ajuda prática no caso de problemas na amamentação, como levá-la junto com o bebê ao banco de leite mais próximo para receber orientação especializada e apoio.

  • ·         Reforçar sempre que ela é uma ótima mãe, a melhor que o bebê poderia ter.

  • ·         Limitar o número de visitas ao mínimo.

  • ·         Não se incomodar de vê-la chorar.

  • ·         Ouvir o que a mãe tem a dizer. Ela precisa de espaço e de compreensão.

     Se esses sintomas não desaparecerem em algumas semanas ou no caso de dúvidas procure um profissional.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

O bebê chegou! E agora?




Com a chegada do recém-nascido a rotina da casa muda. Os pais, principalmente a mãe, tem pouco tempo pra si e menos ainda para outros afazeres. O tempo é organizado em torno do bebê, das suas necessidades e das atividades com ele. Os recém-papais e recém-mamães passam a exercer um novo papel social completamente inédito, cheio de tarefas e responsabilidades novas. Muitas vezes são bombardeados por “conselhos”, palpites e intromissões da familiares e amigos.

A configuração de toda a família muda. Quem era apenas pai e mãe vira avô e avó, filhos viram pai e mãe, irmãos viram tios, etc. O casal conjugal (quando há um casal) passa a ser também um casal parental, ou seja, dois adultos responsáveis pelo cuidado, desenvolvimento e sobrevivência de uma criança. Um terceiro entra na relação.

A mãe principalmente sente a chegada do bebê de uma forma muito intensa. Pode estar fisicamente desgastada do parto, seu corpo está diferente, sente as mudanças hormonais e emocionais, está exausta, não dorme nem come direito, sente-se insegura quanto à sua capacidade de compreender e cuidar do bebê recém-nascido. Ela já não se reconhece como quem era antes do nascimento do bebê e suas perspectivas para o futuro mudaram assim como nesse processo ela resignifica seu papel de filha e a relação com seus pais. São muitas mudanças e desafios!

A chegada de um recém-nascido é um período intenso e potencialmente crítico. Os pais podem estar muito vulneráveis. É importante pensar nos cuidados com os pais, e em especial, com as mães. Eles precisam de amparo e apoio para aprender a exercer seu novo papel, principalmente quando são pais de primeira viagem. Precisam saber que a ansiedade, a angústia e o medo são normais e que eles enquanto pais são capazes de dar conta do bebê.

Nesse sentido a psicologia perinatal traz uma enorme contribuição. O psicólogo conhecedor desse tema poderá auxiliar os pais a passarem por esse período com muito mais tranquilidade e satisfação. O psicólogo pode preparar os pais ainda no período da gestação, em um olhar de prevenção e também acompanhar os pais no pós-parto discutindo e ajudando na elaboração de todas essas mudanças.

domingo, 2 de outubro de 2016

A PSICOTERAPIA E AS MODIFICAÇÕES NO CÉREBRO



         Por vários séculos a dualidade entre uma substância material e outra imaterial foi a visão de mundo predominante no ocidente. O corpo faz parte da matéria. Sua essência é a extensão. Ele pode realizar uma grande variedade de ações por si só, sem a intervenção da alma (mente). A essência da mente é pensar. Ao contrário do corpo, a mente não faz parte do universo estendido. Estudar a alma/mente seria algo impossível, dada sua imaterialidade.


        Atualmente essa visão mudou. Podemos agora entender a mente humana como consequência da atividade neural. E podemos falar das bases biológicas da psicoterapia – um fazer que se utiliza essencialmente da fala para mudar a mente das pessoas.



        Essa revolução foi possível com o desenvolvimento da ciência, da invenção de sofisticados equipamentos que monitoram o cérebro humano em funcionamento. A ciência nos direciona cada vez mais para um entendimento materialista da mente humana, o que nos possibilita estudá-la através de experimentos controlados e replicáveis.
           
          

Enquanto o psicólogo está falando com o cliente, estaria também ele modificando o seu cérebro?

Parece que sim!




     Nos últimos anos pesquisas analisaram o funcionamento cerebral em relação à psicoterapia e concluíram que ela exerce efeitos duradouros no cérebro, alcançando resultados semelhantes ao do tratamento farmacológico.

          A psicoterapia atuaria modificando o padrão de transmissão sináptica (conexão entre neurônios) do cérebro e, consequentemente, alterando nossa percepção, emoção, pensamentos, crenças, comportamento ou motivação.


    O psicólogo colabora na modificação de padrões de comunicação sináptica. Enquanto nosso código genético nos fornece o material para formarmos um mesmo cérebro humano, as experiências ambientais de cada indivíduo – entre elas a psicoterapia – determinarão as diferenças individuais; ou seja, as células ou os padrões de comunicação sináptica de cada indivíduo respondem em função das mais variadas fontes de estimulação e significados com que esse indivíduo se deparou.



        Nestes termos, a prática psicológica é também uma prática biológica. Não meramente reduzida a esta, já que a própria natureza multifatorial do fenômeno psicológico impede esse reducionismo, mas relacionada às mudanças neurais como produtos finais do impacto que o meio ambiente e as relações sociais tem sobre a plasticidade sináptica de nossas células nervosas.



       Quando o psicólogo está falando com o cliente, ele está de alguma forma alterando o seu cérebro, e com isso alterando suas crenças e comportamentos.


Fonte: LANDEIRA-FERNANDEZ,J. & CRUZ,A.P.M. Da filosofia à neurobiologia: o que o psicólogo deve saber sobre os efeitos da psicoterapia no sistema nervoso. Cadernos de Psicologia, 4:83-89.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Áreas de atuação

Atendimento psicológico para adolescentes e adultos.


  • Atendimento psicológico para gestantes: pré-natal psicológico.
  • Atendimento psicológico para mães: desafios da maternidade, redescobrir-se após a maternidade.
  • Atendimento domiciliar para recém-mamães.
  • Consultoria para melhoria do sono infantil e estruturação de rotina.
  • Consultoria para questões da infância: desmame, desfralde, retirada de chupeta, adaptação escolar, nascimento de irmãos, etc.
  • Rodas de conversa e palestras.